Porque se tornou tão marcante dispor aos outros o tempo, a rotina, a casa em geral e a casa-de-banho, a cama, o pão e o café? Porque se tornam experiências, cada vez mais extraordinárias, os momentos em que oferecemos aquilo que é nosso? E porque nos fazem sentir extraordinários?… Porque é raro, anti-natura, uma loucura irracional ou porque é exactamente o contrário? Fazê-lo torna-nos mais reais ou ficcionais? A partir da experiência única de acolhimento de equipas e artistas nas várias edições do Festival Materiais Diversos, Jogo de Lençóis pretende chegar mais perto destas questões e deixar a roupa dobrada.
Jogo de Lençóis
Lígia Soares
Lígia Soares (Lisboa, 1978) é uma coreógrafa e dramaturga portuguesa que tem vindo a questionar o espaço cénico como um espaço distanciado. Começou o seu trabalho profissional com a Companhia de Teatro Senssuround em 1997. Foi artista residente da Tanzfabrik- Berlin entre 2004 e 2006 e bolseira da DanceWeb em 2018 (Viena) e o seu trabalho tem sido apresentado nacional e internacionalmente. De 2001 a 2014, co-dirigiu com Andresa Soares a Máquina Agradável Associação Cultural. Promoveu vários programas nacionais e internacionais de programação com outros artistas ou em projetos coletivos como o Demimonde. Na temporada 2015/2016 foi membro do laboratório de escrita para teatro do TNDM II em Lisboa para o qual escreveu a peça Civilização. Na sequência de trabalhos como Romance ou Turning Backs prossegue uma pesquisa sobre como criar dispositivos cénicos inclusivos da presença do espetador como elemento constituinte da dramaturgia do espetáculo, incorporando ou substituindo o próprio papel de performer. As suas peças Romance (2015), Cinderela (2018) – prémio Eurodram 2018 – e Civilização (2019) estão editadas pela Douda Correria.
Estreia
Concepção de Lígia Soares Textos de Lígia Soares e João Lucas Música de João Lucas