Resolvemos isto lá fora: do espectador ao cúmplice

Alessandro Sciarroni

Criador italiano activo nas artes performativas, artes visuais e pesquisa teatral. Tem apresentado os seus trabalhos em festivais de dança e teatro, museus, galerias e espaços não convencionais, em instituições e eventos de relevo em todo o mundo, de entre os quais se destacam Biennale de la Danse de Lyon, Kunstenfestivaldesarts (Bruxelas), Impulstanz (Viena), Festival d’Automne, Centquatre e Centre Pompidou (Paris), Festival TBA (Portland), Biennale di Venezia, The Walker Art Center (Minneapolis) ou Museo MAXXI (Roma). O seu trabalho ultrapassa as definições de género — usa a estrutura teatral, mas pode recorrer a técnicas e experiências da dança, do circo ou do desporto, envolvendo regularmente profissionais de diferentes disciplinas. Além do rigor, coerência e clareza, procura descobrir obsessões, medos e fragilidades do acto de interpretar, através da repetição de uma prática até aos limites da resistência física dos intérpretes, considerando uma dimensão diferenciada de tempo e uma relação empática entre o público e os artistas.

Gustavo Vicente

Gustavo Vicente é professor, investigador, actor e encenador. Professor na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), onde lecciona as disciplinas de Correntes de Dança Contemporânea, Estudos de Performance e Prática como Investigação. Investigador integrado do Centro de Estudos de Teatro (CET-FLUL), no qual também é coordenador do grupo de investigação Discursos Críticos em Artes Performativas. É membro (coordenador em 2017) do grupo de trabalho Coreography and Corporeality da International Federation for Theatre Research (IFTR). Integra o Conselho Editorial da Sinais de Cena: Revista de Estudos de Teatro e Artes Performativas. Actor desde 2001, trabalhou com diversos criadores de renome nacional e internacional no teatro e cinema. Em 2009, ganhou o prémio de Melhor Espectáculo do FATAL com a sua primeira criação como encenador. Colabora regularmente com o Teatro do Vestido desde 2013. Desde sempre associou a vertente investigacional à prática artística.

Rui Pina Coelho

Rui Pina Coelho é Professor Auxiliar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Doutorado em Estudos Artísticos/ Estudos de Teatro, pela FLUL, é investigador no Centro de Estudos de Teatro (CET-FLUL). Foi docente na Escola Superior de Teatro Cinema, de 2006 a 2017. Dirige a Sinais de Cena – Revista de Estudos de Teatro e Artes Performativas e coordena o volume Teatro Contemporâneo Português: Experimentalismo, Política e Utopia [título provisório] (TNDMII/Bicho do Mato, 2017). Publicou diversos títulos, entre os quais António Pedro (Colecção Biografias do Teatro Português, CET/ TNDMII/ IN-CM, 2017); A hora do crime: A violência na dramaturgia britânica do pós-Segunda Guerra Mundial (1951-1967) (Peter Lang, 2016); Casa da Comédia (1946-1975): Um palco para uma ideia de teatro (INCM, 2009), entre outros. Coordena o Laboratório de Escrita para Teatro do TNDM II desde 2015. Como autor, dramaturgista ou tradutor colaborou com Trimagisto, Teatro O Bando, TEUC, Teatro dos Aloés, Projecto Ruínas, CENDREV e Mundo Razoável. Desde 2010, colabora regularmente com o TEP – Teatro Experimental do Porto, como dramaturgo e dramaturgista.

NA PRÁTICA é uma escola de verão no campo das artes performativas, destinada a artistas e investigadores, co-organizada pela Materiais Diversos e pelo Centro de Estudos de Teatro (FLUL). Durante a 10ª edição do Festival Materiais Diversos, Na Prática propõe formar uma comunidade temporária, que habita o festival e os seus lugares ao longo de nove dias, em torno da dimensão política de ser espectador e do trabalho de Alessandro Sciarroni, criador italiano que aqui apresentará uma das suas mais recentes criações, Don’t be Frightened of Turning the Page.